O que eu aprendi sobre empatia


Foto de celular, acervo pessoal
empatia
substantivo feminino
  1. 1.
    faculdade de compreender emocionalmente um objeto (um quadro, p.ex.).
  2. 2.
    capacidade de projetar a personalidade de alguém num objeto, de forma que este pareça como que impregnado dela.

A palavra está em alta, mas quando essa onda surgiu eu não sabia ao certo o que era. E m p a t i a.
Ao buscar o significado, eu encontrei algumas coisas que fizeram sentido para mim e me ajudaram a entender o sentido que as pessoas queriam trazer para a relações humanas. E observei que naturalmente todo meu processo de buscar o melhor para mim e o melhor em mim que eu pudesse oferecer para o mundo me trouxeram algumas lições preciosas sobre empatia.
Hoje, vim falar sobre elas numa listinha curta, mas muito importante para mim. Afinal, cada pequeno avanço pessoal é um indício de que uma barreira interna foi derrubada. É uma maneira sutil e feliz de perceber que estou sobrevivendo as derrubadas e saindo melhor do que entrei nesse processo de transformação. 

Então vambora:

1. Empatia é saber ouvir!

Aprendemos MUITO ouvindo em silêncio o outro. Com o tempo eu percebi que empatia tem a ver com isso também: ouvir em SILÊNCIO. Pois, se ouvimos o outro já com a mente cheia de falas e ideias pré- estabelecidas nunca conseguiremos de fato ouvir, acolher e respeitar. Sem perceber só daremos ao outro o direito a fala (e acreditamos mesmo que temos esse poder), mas o resto vai ser julgamento no automático mesmo.

2. Não damos direito de fala a ninguém, nunca demos e nunca daremos.

Pode parecer um pouco estranho à primeira vista, mas isso era algo que me incomodava MUITO quando eu ainda estava na graduação. A ideia de "dar voz" a alguém sempre me sôou arrogante, por mais altruísta e revolucionário que o discurso quisesse parecer. As pessoas têm voz e sempre tiveram. Poder colocar suas questões para o coletivo não é um direito a ser dado, é um direito NATURAL. Não há benevolência nenhuma em oferecer algo que é inerente a condição humana. Ou seja, se você se cala para o outro falar, você não e uma pessoa boa, você só está fazendo o que deve ser feito. 

3. Ainda sobre direito de fala:as vozes "abafadas" sempre estiveram aí.

Volto a falar: as pessoas têm voz. E sempre tiveram, acredito fielmente que o que sempre faltou na história da nossa sociedade não foi o "direito a voz", mas sim o dever de ouvir a todos. O que sempre faltou foram ouvidos atentos ao que os que estavam a margem diziam. Pensa comigo: sempre houve rebeliões, sempre houve queixas, sempre houve denúncias em maior ou menor grau. As atrocidades que ocorriam e continuam ocorrendo em nossa sociedade são nossas antigas conhecidas. O que nos falta até hoje são os ouvidos dispostos a ouvirem.

4. Acolher em silêncio pode ser restaurador.

Imagina se todas as mulheres que foram vítimas de violência, de qualquer espécie, fossem acolhidas em silêncio sem nenhum tipo de julgamento ou fala desnecessária sobre sua dor? Penso sempre nisso, e toda vez que penso me dá um quentinho no coração. Eu já estive do lado que recebe julgamentos- quem de nós, não né?- e já estive do lado do possível julgador. E pela minha própria vivência quando pude acolher em silêncio eu pude ajudar mais. 

5. Só fale ou ouça se teu interesse for de cuidar/ajudar alguém ou uma situação.

É isso mesmo. Só fale algo para alguém seja um conselho, uma opinião, até um comentário sobre mesmo se tua intenção for de gerar coisa boa no outro, ou simplesmente partilhar algo de bom com quem se quer bem. Da mesma forma: não ofereça seus ouvidos a quem precisa se você não estiver realmente bem intencionado ou equilibrado emocionalmente. Se isso puder te gerar inveja/alegria pela dor do outro/tristeza não se permita fazer esse papel. Empatia também nos traz a responsabilidade sobre os sentimentos do outro, aumentando assim a responsabilidade das nossas ações. A regra é clara: se não puder ajudar, não atrapalhe. ;)

6. Silenciar não é se omitir.

Nessa busca de aprender a me relacionar melhor com as pessoas (sem predileção), vi no silêncio uma escola intensa e valiosa. A cada vez que me silenciei diante de uma notícia, de uma postagem no Facebook, de um vídeo ofensivo/denunciador de alguma violência, eu fui buscando o que eu realmente podia fazer para melhorar aquela situação, ou ajudar tal pessoa. Se me calei diante de alguma barbárie foi por não ter condições emocionais/físicas de dar apenas uma resposta àquilo. Mas, ao invés disso eu concentro minhas forças em buscar ações que possam efetivamente ajudar a combater o que eu acho que merecer ser combatido. Enquanto eu silencio eu consigo buscar o que precisa sair de mim para que o melhor possa surgir para enfrentar a situação.
*Aliás nunca se omita!

7. O silêncio é para acolher o outro e dar tempo a nós.

Saber ouvir algo em silêncio é também sobre aprender a dar tempo para que o melhor de nós (dos nosso sentimentos/pensamentos/ações) possam surgir. E não apenas reagir da mesma maneira com que algo te impactou. É saber se dar tempo para não se deixar atropelar pelos sentimentos a flor da pele e, muitas das vezes, acabar gerando ainda mais violência/estresse/discussão que não vão de fato ajudar em nada. Assim, posso acolher sem julgar e me dar tempo de entender melhor a situação e responder da maneira mais honesta e positiva que eu puder ter. Me ajuda a proteger os sentimentos dos outros e os meus. Melhor é quando todo mundo ganha, né?

8. Empatia é quase amor!

Primeiro começamos a nos colocar no lugar do outro e se conseguimos fazer isso com excelência, conseguiremos perceber o quanto somos também "o outro". E não precisaremos mais nos colocar no lugar de ninguém para oferecer nosso melhor. Porque o outro por si só já o merece, ele é tão humano quanto eu. Quantas vezes estamos no lugar desse outro que um dia veio nos chorar suas mágoas, pedir ajudar ou simplesmente partilhar uma alegria? Quando a habilidade de enxergar o outro em nós nos for despertada, caros leitores, perceberemos que as barreiras entre nós simplesmente não existem. A ideia de unidade ficará cada vez mais clara e se isso não nos gerar amor, eu não sei o que poderá nos salvar, então!

***
Mais um post estilo amorzinho!  Tópicos com o meu jeito de tenar semear com otimismo, mas sem desviar de realidade a qual vivemos. Podia ser mais leve? Podia, mas aí não seria eu, nem seriam as minhas experiências com esse desafio que se chama "empatia". Mas, esse e só começo pode ser que daqui a três meses eu mude  de novo, ou daqui a a dez anos. O importante e estarmos abertos para que as transformações necessárias aconteçam! Assim, venho vivendo e assim vou continuar por um bom tempo!
Deixe seu comentário com suas impressões da minha lista, você mudaria alguma coisa? Ou acrescentaria algum ponto? O que a empatia significa para você? Enfim, vamos trocar ! Cada visita de vocês ajuda as minhas listas de aprendizagens crescerem e principalmente me deixa confiante de continuar escrevendo aqui! Já estou hiper feliz com os novos leitores que vêm surgindo! 
Juntos somos mais fortes!
Beijos e até a próxima!

Comentários

  1. A empatia pode derrubar barreiras, em uma sociedade egoísta, se colocar no lugar do próximo é essencial!

    www.kailagarcia.com

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    1. Com certeza! Sozinho não vamos a lugar algum!
      Obrigada por comentar!
      Seja sempre bem-vinda.
      Bjs

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  2. QUE POST SENSACIONAL! Sério, é uma listinha pequena mas que passa pensamentos essenciais! Acho que uma coisa que falta e muito na nossa sociedade é saber que silenciar não é se omitir e que omitir não leva a nada. Vejo muita gente que jamais se silenciaria, que faz textão no facebook sobre tudo e todos, mas na hora de agir não mexe um dedo, sabe? Isso é muito muito ruim e temos que tirar essa impressão de que fazer textão é só o que nos resta. Isso de que todo mundo tem voz, o que falta são ouvidos dispostos a ouvir também faz MUITO sentido! Amei demais o post!
    Um beijão,
    Gabs | likegabs.blogspot.com ❥

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    1. Tem de tudo nesse mundo mesmo. Por isso, focar no que acreditamos de verdade é essencial. Não se pode ir longe de não agirmos de acordo com nossos valores e nossa consciência! É ter que se reinventar na certa! Nada que seja superficial de sustenta por muito tempo, precisamos entender o que é melhor para nós é como fazer o melhor pelos outros. Afinal, estamos todos juntos no mesmo barco chamado Terra! RS
      Adorei sua visita e poder trocar contigo!
      Volte sempre!
      Beijos!

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  3. Acho que seu post disse muito do que eu tava tentando entender nos últimos dias. Sempre assim..rss.
    Mas pra mim é um grande desafio pensar tanto minha forma de me relacionar com outro e nem sempre sentir a reciprocidade nisso. Como manter a empatia e alimentar uma forma mais honesta e humana nas nossas relações de forma unilateral? Como cobrar do outro algo que nem sempre ele está preparado pra oferecer. Como não enfraquecer diante da ausência de empatia e do excesso de julgamentos? Sei lá, tenho esbarrado nessas barreiras.....

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    1. Você falou a palavra- armadilha: "cobrar". Amiga, felizmente (ou infelizmente) nas relações humanas honesta não cabe a cobrança. Pq quando a gente cobra a gente não dá chance pro outro mostrar sua própria maneira de sentir e se expressar. Claro, que existem os acordos como "fidelidade". Mas, Aida assim é algo que jogamos ao Universo em confiança da relação que estabelecemos com aquela pessoa. Enfim, somos agentes da relação que queremos ter.
      Sabe aquela história de que se quisermos ter borboletas precisamos cuidar do jardim? Não há garantias, há dedicação e confiança no poder do outro nos surpreender e uma hora isso acontece. Sem confiar cegamente, tampouco precipitadamente, mas sabendo que do outro lado também tem um ser humano falho e sensível também.

      Que felicidade ter você aqui, amiga.
      Obrigada por vir aqui dar atenção aos meus escritos.
      Sou tão tua fã que você nem tem ideia.
      Te amo muito! <3

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